Retina Artificial: Uma nova forma de enxergar para pacientes que perderam a visão

 

Você já pensou em como seria se a medicina e a tecnologia avançassem tanto ao ponto de pacientes que perderam a visão, voltarem a enxergar? Pesquisadores da Espanha, Reino Unido, Israel e Austrália nos mostram que isso está mais perto de acontecer do que imaginamos.

Nos últimos anos, pesquisadores de vários países desenvolveram pesquisas e testes na intenção de devolver a visão à pacientes que, por algum motivo, perderam a funcionalidade da retina. A Doença Macular Relacionada à Idade (DMRI), por exemplo, causa uma lesão progressiva à mácula (área vital da retina). Portanto, a ideia é substituir esses fotorreceptores naturais, que foram destruídos pela doença, por um chip implantado na retina

Em janeiro desse ano, esse método foi testado no Reino Unido, com uma paciente de 88 anos que perdeu a visão pela DMRI e pode voltar a enxergar após o procedimento. Além do chip, que é implantado na retina, um óculos com câmeras especiais são entregues ao paciente. Os óculos registram a cena e a informação é processada por algoritmos de inteligência artificial, definindo o objeto principal da imagem a ser projetado até o chip, que irá converter a informação em um sinal elétrico enviado ao cérebro pelas células da retina. No cérebro, esse sinal é interpretado como uma visão orgânica. Os efeitos não são imediatos, aparecem após 6 semanas da introdução do chip na retina. Após isso, os pacientes passarão por um programa de acompanhamento, para auxiliá-los com a nova forma de enxergar o mundo.

O sucesso com os testes tem sido relativo, já que os pesquisadores precisam simular uma quantidade considerável das minúsculas terminações nervosas do nosso nervo óptico, que é responsável por mandar os impulsos da luz até o nosso cérebro para que haja a interpretação da imagem, e nós possuímos milhões dessas terminações nervosas no nosso nervo óptico.

Já os pesquisadores espanhóis, tentaram uma abordagem um pouco diferente. O método consiste em obter as imagens através da câmera instalada nos óculos e contornar os olhos do paciente, se conectando diretamente com o córtex visual do cérebro, para converter os sinais elétricos em imagem. Esse modelo foi testado em uma mulher de 57 anos, cega há mais de 16 anos, que pode reconhecer algumas letras, formas e até mesmo tamanho de objetos.

Tanto para os espanhóis quanto para os australianos, a câmera ainda não é capaz de transmitir uma imagem completa, mas permite ao paciente diferenciar as formas e objetos, o que já é um grande avanço. Um dos primeiros modelos da retina artificial, captava uma resolução de apenas 100 pixels, o que é muito abaixo do que o olho de uma pessoa saudável é capaz de captar, entretanto, ainda é um avanço muito animador para a medicina.

Além de ser um marco tanto para a tecnologia, quanto para a medicina, os pesquisadores asseguram que é um método completamente seguro, já que essas alterações não afetam negativamente as demais funções do cérebro. Porém, ainda há muito avanço para ser feito até que essa técnica possa ser implementada na prática para pacientes que perderam a visão. Por isso, os testes continuam sendo feitos em voluntários com diferentes níveis de deficiência visual.

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